fbpx

Perfil

Um resumo…

Apresentador do programa “Conexões Ribeirão”, o professor Lages é autor de vários textos e trabalhos sobre a história de Ribeirão Preto, Educação e Cultura, Teologia, Ciência Política e Gestão Municipal – grande parte do material está disponível gratuitamente para download. É consultor técnico-legislativo na Câmara Legislativa Distrital Federal, já foi vereador em Ribeirão Preto e presidiu a Associação amigos do Memorial da classe operária – UGT, na época em abrigou o Pontão de Cultura Sibipiruna. Foi membro dos conselhos municipais de Cultura e de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto.

…e a história mais completa

Bom, para que a gente possa se conhecer melhor, deixei aqui um pouco de minha história de vida.

Ao escrever, me permiti levar pelas memórias das coisas que pude realizar até o momento e que muito me alegram, principalmente por terem sido conquistas coletivas em sua maioria. 

Menino de Minas, uai!

Sou o filho mais velho de uma família de três irmãos. Sou mineiro de Curvelo, onde nasci em 1955, filho de uma dona de casa e de um pequeno comerciante de malas e sempre fui muito ligado aos avós e tios maternos. Tive uma infância tranquila, sempre gostei de brincadeiras e jogos como toda criança da minha idade – lembro-me bem do esconde-esconde, pega-ladrão e chicotinho queimado. Fiz o antigo primário em escola pública de qualidade, na minha cidade natal. Depois, fui para um colégio interno aos 11 anos. Não foi castigo, foi uma escolha que fiz. Era o Seminário Diocesano em Diamantina, uma escola centenária, onde havia estudado o presidente JK, nascido na cidade e que um belo dia nos visitou junto com o Clube da Esquina. Permaneci cinco anos por lá, tempo suficiente para ter aulas de latim e grego. O ensino médio oferecia opções diferentes: clássico, científico e normal. Fazíamos o clássico, e por aí comecei a traçar meu caminho pelas ciências humanas e sociais.

O emprego que pedi a Deus!

Aos 16 anos, fui para Juiz de Fora terminar o ensino médio no Colégio dos Jesuítas. Na época, tive um contato estreito com os padres da Congregação Redentorista, a quem, em grande parte, debito minha formação. Lembro-me com carinho de Jolindo Kadete, Jaime Snoek e João Fagundes Hauck. Ainda como seminarista, tive frequentes encontros de oração e estudo com Frei Betto e Frei Leonardo Boff.

A Livraria Viviani era a melhor de Juiz de Fora e foi lá que consegui o meu primeiro emprego aos 16 anos. Eu trabalhava no meio a centenas de livros dos mais variados assuntos e acredito que minha afeição aos livros e à leitura foi muito reforçada nesse momento.

Em 74, fiz vestibular e ingressei na Universidade Federal de Juiz de Fora para fazer o curso de Filosofia. Tenho que referenciar aqui os mestres responsáveis pelo que acabei sendo na vida. Já no primeiro ano da universidade, comecei a lecionar História em escolas particulares e cursinhos pré-vestibulares de Juiz de Fora e Santos Dumont, cidade onde nasceu o “Pai da Aviação”. Aliás, foi lá que dei a primeira aula na minha vida, em uma época de muito aprendizado e logo percebi que tinha jeito pra coisa!

A abertura do horizonte

Eu me transferi de mala e cuia para Belo Horizonte, em 78, onde continuei lecionando História em escolas particulares e cursinhos – como o Pitágoras, o Projecta e o Visão – até 80.

Então, passei em um concurso público e ingressei na rede municipal de ensino. Trabalhava que nem burro de carga, chegando a dar de 60 a 70 aulas por semana, mas ainda tive tempo de viver intensamente aqueles anos de luta pela redemocratização! Cheguei a levar meus alunos de 5ª à 8ª série nos comícios pelas “Diretas-Já!” na Praça da Rodoviária.

Comício “Diretas Já!” em BH (foto: Marcelo Prates)

Alguns colegas me consideravam um louco. Outros, talvez tão loucos quanto eu, embarcavam comigo naquelas mágicas experiências.

Participei ativamente da organização do nosso sindicato da rede pública de ensino, atual Sind-UTE, ao lado de lideranças que muito me marcaram, como o Luis Soares Dulci, que foi Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República nos governos Lula, anos mais tarde. Nós já nos conhecíamos desde o 3º colegial no Colégio dos Jesuítas e eu sempre recebia notícias dele pelo seu irmão, Marcelo Dulci, o “Lourinho”, que foi meu aluno em Santos Dumont. Em BH, o Lourinho me levou para a militância do Movimento de Emancipação do Proletariado, o glorioso MEP, organização de esquerda a que devo muito de meu engajamento nos movimentos sociais e políticos. Aqui, aconteceu o contrário: foi o aluno que doutrinou o professor!

Em BH, na trincheira da educação, desde os anos 80

Eram tempos de esperança e de mudanças

Participei ativamente da formação do PT em Minas Gerais, sendo responsável pelo partido no centro e norte do estado, onde organizei mais de 20 diretórios, inclusive em minha cidade natal, Curvelo.

Estação ferroviária de Curvelo. Hoje, um centro cultural

Depois de formado em Filosofia, comecei uma graduação em História e o mestrado em Ciência Política na UFMG (mas só terminei o curso de História anos mais tarde, como contarei adiante). É que, em 87, resolvi mudar de ares e fui atraído por um anúncio de jornal: o Curso e Colégio Objetivo estava contratando professores de todas as disciplinas no interior de São Paulo com ótimos salários! Mais uma vez, fiz as malas.

Fui para Araçatuba, trabalhar para o ainda pouco conhecido empresário da educação, Chain Zaher. Submergi no esquema de cursinho pré-vestibular, com toda a experiência acumulada desde Juiz de Fora. Sediado em Araçatuba, viajava semanalmente para dar aulas em Jales, Fernandópolis, Catanduva, Pereira Barreto, Andradina e ia até para Três Lagoas, atravessando a fronteira do Mato Grosso do Sul.

Era muita correria, mas eu conseguia ganhar quase quatro vezes mais que o salário da prefeitura de BH. Em 88, fui levado pelo Chaim para Campo Grande, onde lecionei no Colégio Perpétuo Socorro e na Faculdade Dom Bosco. Uma experiência muito edificante e uma das poucas que tive no ensino superior, ensinando Ética para alunos dos cursos de Direito e Comunicação. Naquele ano, ainda esticava rapidamente até Dourados para lecionar na Socigran. Só tenho ótimas lembranças de Campo Grande, onde fiz muitas e saudosas amizades.

Chegou a hora…

A partir de 88, aceitei o convite do Chain para ministrar aulas de história no Colégio e Curso Oswaldo Cruz, o COC e ficava na precária ponte aérea Campo Grande – Ribeirão, em um vai e vem naqueles aviõezinhos da TAM… Retornei a Araçatuba em janeiro de 89 para me casar pela primeira vez e logo depois, mudei de uma vez para Ribeirão Preto.

Trabalhei no COC até o final de 98. Do período “áureo” dos cursinhos pré-vestibulares, guardo boas lembranças e amizades com colegas de magistério, pessoal de apoio e com estudantes, que até hoje perduram. Muitas dessas pessoas queridas eu sempre vejo aqui, nas minhas redes. Guardo vários bilhetes engraçados e até algumas caricaturas que recebia enquanto dava aula.

Com a boa turma do COC Ribeirão dos anos 90

Em 90, prestei novo concurso público e ingressei na rede municipal de ensino de Ribeirão Preto. Assim, me tornei professor em várias escolas como CEMEI João Gilberto Sampaio, CEMEI Eduardo Romualdo, EMEF Neuza Michelutti Marzola, EMEFEM Alfeu Gasparini e EMEF Nelson Machado.

Em 93, fui nomeado assessor técnico-administrativo da Secretaria Municipal da Educação e fui trabalhar com o ex-prefeito do campus da USP, Professor Osmar Sinelli, que era o Secretário Municipal. Trago dele uma ótima impressão, um homem dedicado e comprometido com o que fazia. Mas o prefeito Antônio Palocci estava mais preocupado em se conciliar com as oligarquias locais e lideranças tradicionais do que em realizar um projeto realmente inovador de educação. Os obstáculos e o impedimento de maiores avanços gerados por esse estilo de governo decepcionaram muitas pessoas que apostaram na novidade da eleição de um prefeito do PT em 92. Por esta e por outras, também me decepcionei e deixei o partido em 97.

Em Ribeirão Preto, me reinventei!

Aqui, terminei várias coisas que havia começado em outros lugares e iniciei outras tantas e tão mais importantes. Em 91, finalmente terminei a graduação em História, na Barão de Mauá. Então, nos anos seguintes, me graduei também em Pedagogia pela Faculdade São Luiz de Jaboticabal e realizei o mestrado em História na UNESP de Franca. Aqui também me casei pela segunda vez, em 96, com Claudia Gondim Lages e a nossa Gabriela nasceu em 97.

Claudia, Gabi e eu

Nasceu também, nessa época, uma intensa dedicação à educação pública. Abracei a causa de corpo e alma! Fui diretor da EMEF Neuza Michelutti Marzola, ingressei no Estado por concurso público, lecionando na EE Professora Eugênia Vilhena de Morais para, depois, me tornar diretor da EE Professora Glete de Alcântara.

O CAPE

Preciso ressaltar uma experiência de educação toda especial. Por dez anos, fui professor de história voluntário no Centro de Apoio Popular Estudantil, o glorioso CAPE, de onde tenho ótimas lembranças e muitas saudades. Fomos um cursinho pré-vestibular migrante, passamos por vários lugares (chegamos a ser expulsos de um deles!) e colocamos centenas de estudantes na universidade pública. Hoje, me regozijo quando encontro vários ex-alunos e ex-alunas como mestres, doutores e doutoras, dando aulas em faculdades, profissionais das mais diversas áreas.

Em um reencontro do pessoal do CAPE. Saudades!

Em direção ao coletivo

Entendo que um dos pontos altos da minha carreira de magistério foi entre 2001 e 2006, justamente quando dirigi a EE Glete de Alcântara. Na atribuição, minha escolha por essa escola foi feita de comum acordo com o grupo de colegas professores. Juntos, pudemos transformar as vidas das crianças e adolescentes para melhor – essa foi uma escola que chegou a ter grades de ferro nas portas das salas de aula e se abriu como um espaço mais vivo e rico de boas experiências. É que as dificuldades foram encaradas como desafios e os desafios, enfrentados em conjunto e com determinação!

Glete: comunidade presente no banimento das grades

Essa gestão democrática com participação real não ficou restrita aos muros da escola, nem apenas às famílias dos estudantes. Na mesma época e a poucos quarteirões de distância, um ex-aluno meu, o Cordeiro de Sá, coordenava o CESOMAR (Atual Centro Educacional Marista Ir. Rui). A partir de lá, ele impulsionava a chamada Rede Solidária Local, que envolvia várias instituições governamentais e não governamentais do complexo Parque Ribeirão. Nossa escola fazia parte dos debates e das ações conjuntas, trocávamos informações e experiências e uma mão lavava a outra. Ótima oportunidade de poder contar também com a Adriana Gentil, na direção da EMEF Neuza Michelutti Marzola, e da Soraia Chedraoui, na EMEF Salvador Marturano.

Imagem atual do pátio da EE Glete de Alcântara

Difíceis, mas bons tempos aqueles! Muita história para contar. Fico feliz quando ainda recebo, tanto tempo depois, o reconhecimento e as boas recordações de professores e professoras, vários já aposentados, e também de ex-alunos, de ex-alunas e de suas famílias. O bom combate continuou por lá e sei que nós lançamos essa semente. Um trabalho de várias mãos abençoadas que perdura até hoje!

Câmara Municipal de Ribeirão Preto

Em 2000, fui eleito vereador em Ribeirão Preto pelo PDT para o mandato entre 2001 e 2004, que exerci junto com a direção da EE Glete de Alcântara. Eu vinha com bom crescimento de votações de outras duas eleições anteriores quando fiquei como suplente do PT. Foi uma experiência política que marcou profundamente minha vida e me deu uma visão mais ampla e prática da construção e manutenção de políticas públicas.

Durante o mandato, além da criação e encaminhamento de leis, acompanhamento de comissões e da convocação de audiências públicas importantes, me preocupei em desenvolver projetos de educação política para jovens e adultos e em me envolver profundamente com os movimentos populares.

(Se você se interessa por estes assuntos, partilharei vários registros e documentos dessa época aqui no blog em: https://www.professorlages.com.br/no-legislativo/)

Em uma reunião no Assentamento Mário Lago

Câmara Legislativa do Distrito Federal – CLDF

Em 2006, após de passar pela Câmara de Ribeirão, prestei um novo concurso público para o cargo de consultor técnico-legislativo na CLDF em Brasília, onde trabalho até hoje – pedi licença sem rendimentos de meu cargo na prefeitura de Ribeirão Preto, o que foi possível pois eram cargos legalmente acumuláveis.

Uma das exigências do edital do concurso era ser pedagogo, pois a atuação principal seria na área de treinamento de pessoal interno e na educação política da comunidade. Os fatos de ter sido vereador, professor e diretor de escola, e de ter passado por muitas formações, principalmente na Diretoria de Ensino de Ribeirão, muito contribuíram para uma aprovação apertadíssima: 756 candidatos para uma única vaga! Fiquei com ela.

Recepção de estudantes no plenário da CLDF

Além da função inicial de concurso, passei ainda pela Ouvidoria, onde tomei contato com muitos dos problemas sociais da capital federal, e pela Comissão de Constituição e Justiça, que aprofundou meu conhecimento sobre o processo legislativo.

Ah! Neste período, fiz a minha quarta graduação. Foi em Teologia, na Faculdade Evangélica de Brasília. Era o meu cordão umbilical com as raízes seminarísticas falando mais alto!

Arquivo e conselhos

Em 2010, terminado o meu estágio probatório na CLDF, fiz o caminho inverso. Me licenciei sem rendimentos e regressei a Ribeirão Preto para concluir o curto tempo que faltava e poder me aposentar pela Prefeitura, o que fiz em 2013. Neste tempo, prestei serviço como historiador no Arquivo Público e Histórico, contribuindo com pesquisas internas e orientei pesquisadores. Participei também do Conselho Municipal Cultura e do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac RP), por duas gestões cada um.

Debatendo políticas públicas na Casa das Artes

O florescer do Sibipiruna

No período de licença da CLDF, também presidi a Associação Amigos do Memorial da Classe Operária – UGT (AAMCO-UGT), quando a entidade sediou o Pontão de Cultura Sibipiruna e articulava outros dez Pontos de Cultura da cidade. O Pontão e os Pontos de Cultura foram projetos de três anos, financiados pelo antigo Ministério da Cultura e pela Prefeitura Municipal. Os investimentos (acima de um milhão de reais) foram muito bem aplicados, o que resultou em uma efervescência cultural sentida ainda hoje.

Tudo isso, graças a figuras fundamentais, como Adriana Silva, Secretária Municipal da Cultura, e Célio Turino, Secretário da Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, que foram nossos grandes parceiros no mais espetacular projeto cultural da história da nossa cidade – sem esquecer de Luciana Rodrigues, Simone Kandratavicius e Vinicius Barros, o grupo gestor, responsável pelo Pontão.

Com integrantes do Pontão e dos Pontos de Cultura

Aquele foi um tempo promissor, quando a intensa agitação cultural reverberou em outras áreas e segmentos da sociedade. Surgiram diversos movimentos, como por exemplo, o Panelaço, de protestos políticos na Câmara de Vereadores, ou o “Se Vira, Ribeirão!”, a virada cultural independente que deixou saudades. Surgiram também diversos coletivos culturais como os dois grupos de Maracatus, Chapéu de Sol e Navegantes, vários coletivos de defesa de direitos, como os feministas e da luta contra o racismo, e os movimentos já existentes, como os de defesa do meio ambiente e de defesa do povo negro, se fortaleceram.

Em atividade do movimento ambientalista

Quero destacar o surgimento do movimento dos professores e professoras da rede municipal de ensino, com as memoráveis paralizações que deram origem à Associação dos Profissionais da Educação de Ribeirão Preto, a Aproferp. É impossível pensar em cada ação, cada coletivo desses, como se fosse algo estanque ou compartimentado. Tudo aquilo fez parte de uma conjuntura memorável, de uma riqueza cultural e política inestimável!

Presente na assembleia de fundação da Aproferp

De São Bernardo para o mundo

Em 2013, prorroguei a licença na CLDF e fui fazer doutorado em Ciências da Religião na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo. Três anos depois, a pesquisa resultou na tese “Ensino do fenômeno religioso na escola pública: área de conhecimento necessária para uma sociedade secularizada”. Durante a pesquisa, em 2015, fui parar em Paris, com auxílio de uma bolsa sanduíche da CAPES, em estágio de estudos no Groupe Sociétés, Religions, Laicités (GSRL). Foi um período de muito crescimento, já que este é o mais importante centro internacional de pesquisa sobre o Estado laico no mundo.

Na França, fazendo como os franceses!

No período do doutorado na Metodista, fiz parte de um grupo de estudos de arqueologia no médio e próximo oriente, coordenador pelo professor Ademar Kaefa. No final de 2015, o grupo realizou uma viagem de estudos a Israel, Jordânia e Territórios Palestinos. Visitamos escavações arqueológicas, museus, centros de pesquisa e universidades. O ponto alto foi o nosso encontro com o professor doutor Israel Finkelstein, na Universidade de Tel Aviv, o maior especialista em arqueologia bíblica da atualidade. No ano seguinte, ele veio ao Brasil e pudemos nos reunir novamente com ele na Metodista, lá em São Bernardo.

Com Prof. Dr. Finkesltein na Universidade de Tel Aviv

 O amor por educar e por aprender

Retomei as atividades em Brasília em 2016 e permaneço até hoje entre o Distrito Federal e Ribeirão Preto. Lá, como escrevi, trabalho na Escola do Legislativo, como responsável pela formação continuada dos servidores e por projetos de educação política voltados para a comunidade, em especial para os estudantes de escolas públicas e particulares do ensino fundamental, médio e também superior.

Continuei investindo na minha formação e fiz outras três pós-graduações à distância. Agora, também tenho especialização em “Ciência Política”, “Gestão Municipal” e “Profetismo e Apocalíptica” – quase todos os meus textos acadêmicos estão disponíveis gratuitamente, na íntegra, para download ou leitura online em: https://www.professorlages.com.br/categoria/downloads/

Por falar em livros…

Minha relação de carinho e amor por nossa cidade tem data: começou “oficialmente” em 1992, quando escolhi a História de Ribeirão Preto como tema da dissertação de mestrado. Parti para uma pesquisa bibliográfica e documental, na área de sua formação agrária e demográfica, que durou quatro anos. Além de utilizar os nossos arquivos locais da Justiça e da Igreja Católica, fui indo cada vez mais longe buscar fontes e informações: Cajuru, São Simão, Franca, Casa Branca, Mogi Mirim, São João da Boa Vista, São Paulo e até Belo Horizonte! Dessa pesquisa hercúlea resultou, em 96, com edição revisada e atualizada em 2010, o livro “Ribeirão Preto: da Figueira à Barra do Retiro” que para minha felicidade, acabou se tornando referência obrigatória para toda pesquisa histórica das origens de Ribeirão Preto.

No lançamento da reedição de meu primeiro livro

Em 2012, a Secretaria Municipal da Cultura e a Fundação Feira do Livro lançaram “Nossa História”, uma coleção de dez volumes da qual assino o sexto, uma obra biográfica sobre um dos personagens mais importantes e paradoxalmente pouco conhecidos da história da “fundação” de Ribeirão Preto: “Fundadores: a saga de Manoel Fernandes do Nascimento”.

Em 2016, a Associação Amigos do Memorial da Classe Operária-UGT lançou meu livro mais recente, o “Ribeirão Preto Revisitada”, que foi um projeto aprovado pelo ProAC ICMS com o patrocínio de sete empresas da nossa região. Trata-se de uma grande resenha historiográfica com largo levantamento de imagens, baseada na análise de cerca de duzentos artigos, teses, trabalhos de iniciação científica e matérias veiculadas na imprensa. Procurei traduzir em linguagem acessível a todos, o conhecimento produzido na Academia sobre a história da nossa cidade.

Meus livros também estão disponíveis gratuitamente, na íntegra, para download ou leitura online em: https://www.professorlages.com.br/categoria/downloads/

A produção atual

Atualmente, apresento o programa semanal “Conexões Ribeirão”, publicado aqui no blog a partir do Youtube, em minhas redes socias e no Spotfy, que por muito tempo foi veiculado pelo sistema Thathi de Comunicação. É um espaço de entrevistas e música, onde tratamos de política, educação, cultura, patrimônio cultural, meio ambiente, saúde, movimentos sociais e outros assuntos relevantes, com diversas personalidades e lideranças do município.

Com Tom Coala e Kelsen nos bastidores do Conexões

Desde os anos 90, venho escrevendo continuadamente artigos em jornais e revistas sobre a história da nossa cidade. É um material de peso, como a contribuição relevante que dei às edições especiais do jornal A Cidade sobre História de Ribeirão, quando se comemorava o sesquicentenário em 2006, além de inúmeras entrevistas que concedi sobre o assunto nos mais diversos órgãos e veículos da imprensa local.

Também assino uma coluna semanal com bastante foco em análises políticas e publico matérias especiais sobre nossos espaços culturais no jornal Tribuna. Ah, claro… utilizando os meios digitais, ainda arrumo tempo para fazer minhas análises e comentários críticos neste blog, em meus perfis e fanpage nas redes sociais.

A Fábrica de Extintores foi matéria especial do Tribuna

A roda viva da vida não para e acredito que a gente tenha que ser, sempre, resistência. Minha forma de fazer isso é juntando pessoas e lutando por direitos, sobretudo na área da Educação e da Cultura. Acredito que isso seja reflexo e se reflita em minha história. Obrigado por ter lido meu relato até aqui.

Professor Lages