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Esse são alguns artigos acadêmicos e resenhas desenvolvidos na pós-graduação em Profetismo e Apocalíptica da escola de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo.
(Peço apenas que cite a fonte, caso venha a utilizar o conteúdo).
PROFETISMO
Pode parecer estranho, à primeira vista, relacionar o processo de secularização do Ocidente com os profetas de Israel. Mas é isso que fazem vários autores quando discutem a origem histórica do conceito de secularização. Na linha da filosofia alemã e da sociologia de Max Weber, Peter Berger (2003) considera o monoteísmo o germe original que desencadeou o processo de secularização…
Subtextos Ideológicos da Literatura Profética
A teoria dos “papéis sociais” tenta compreender o papel desempenhado por um indivíduo em seu contexto. A partir dessa teoria, David Peterson analisou o papel social dos profetas na sociedade de Israel e Judá, pensando nas habilidades requeridas e expectativas do seu papel social. Petersen faz distinções entre esses papeis de cada profeta: como portavoz da aliança, como arauto do conselho divino, como auxiliar do culto e como personagem sagrado de atuação periférica em momentos de opressão social, rejeitado pelo status quo…
A importância de Judá no cenário do século VIII é fundamental. Este período é marcado pelo crescimento econômico e expansão política. Jerusalém, sua capital, passa a ser um grande centro urbano, o que até então nunca chega a ser, e se consolida como ponto de passagem das rotas comerciais que iam do Egito para o Oriente.
Com uma coragem surpreendente e uma paixão que nos impressiona, a alma terna e violenta de Oseias exprimiu simbolicamente pela primeira vez no Antigo Testamento as relações entre Javé e Israel como se fosse um matrimônio. Toda a sua mensagem tem como tema fundamental o amor de Deus desprezado pelo seu povo. Exceto em um curto período no deserto e na conquista da terra prometida, Israel correspondeu aos carinhos de Javé com a traição…
Babilônia escrava e Jerusalém liberta em 47.1-4 e 52.1-2
Sabemos que as ideologias se manifestam nos tecidos sociais. Não há ideologias fora de um grupo ou comunidade. As ideologias distinguem e definem grupos. Temos ideologias hegemônicas e ideologias subalternas. Elas criam complexos sistemas simbólicos, como veremos em Isaías 47.1-4 e Isaías 52.1-2. Elas condensam ideias sociais e servem como filtros para leitura da realidade. Isso quer dizer que ideologias não são necessariamente falsas (cf. Marx), embora sejam utilizadas para imprimir outras perspectivas, partidárias e hegemônicas…
A Profecia em Israel e em Judá
A tradição profética do Norte, mesmo passando pela editoração deuteronomista, apresenta um quadro bem coerente de padrões de comportamento, formas comuns e contínuas sobre a relação entre profecia e sociedade em várias fases da história de Israel. Encontramos nestes profetas um discurso estereotipado, como, por exemplo, o “anúncio de desastre a indivíduos” e um vocabulário próprio, como o uso comum dos títulos de nabî – e não de ro’eh -, homens de Deus, filhos dos profetas, o que certamente atendia às expectativas dos seus grupos de sustentação…
Gostaria de falar sobre a fuga de Elias, após os acontecimentos do Monte Carmelo, até a teofania que se lhe apresenta no monte Horebe (1 Reis 19.1-21). O texto sob análise é uma “intriga episódica” presente no ciclo de Elias que, por sua vez, faz parte da chamada obra historiográfica deuteronomista. Sua análise não pode ser dissociada das características redacionais dos autores deuteronomistas e nem dos objetivos envolvidos em seus escritos, a saber: explicar aos exilados na Babilônia como a insistência na infidelidade a Javé por parte da liderança do povo…
Êxtase e sociedade no Antigo Oriente próximo
O texto de Fernando Cândido da Silva analisa textos proféticos de Mari e do Antigo Testamento (AT). Segundo este autor, nota-se que o êxtase, nos dois contextos, é um processo comum na busca de inspiração profética. Mais recentemente, propõe-se a articulação entre profecia e sociedade, enquanto “rebelião ritualizada contra as estruturas de poder da sociedade de que o profeta faz parte” (Blenkinsopp, 1996, p. 37). Em Israel, o êxtase marca mais os profetas anteriores, talvez por certo preconceito dos redatores posteriores deuteronomistas…
Interessante como este curso atualiza os nossos conhecimentos, às vezes provocando até rupturas com visões e percepções que tínhamos antes. Sempre havia entendido o messianismo que aparece no Antigo Testamento como uma expectativa da chegada de um libertador político divulgada pelos profetas que necessariamente nos remeteria à vinda de Jesus…
Encontramos em alguns textos de vocação dos profetas literários, quase sempre na introdução dos seus livros, uma recusa dos mesmos em aceitar a missão que Javé lhes quer confiar. É o que denominamos de objeção profética. Não se consideram santos, puros, ou preparados para o comissionamento…
TCC: Justiça e injustiça na denúncia social de Amós
O livro de Amós nos dá a ideia do significado e da forma da atividade profética em seu conjunto. Este livro é uma verdadeira introdução ao profetismo na Bíblia Hebraica, com todos os elementos básicos que caracterizam os livros proféticos que surgirão posteriormente. Amós é considerado o primeiro profeta literário. Com uma linguagem simples e altiva e com riqueza de imagens de um homem do campo, Amós condena, em nome de Deus, a vida corrupta das cidades, as injustiças sociais e a falsa segurança dos poderosos posta em rituais religiosos em que não se comprometem verdadeiramente com Deus…
APOCALÍPTICA
Esse são alguns artigos acadêmicos e resenhas desenvolvidos sobre Apocalíptica, na pós-graduação em Profetismo e Apocalíptica da escola de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo.
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Jesus de Nazaré como profeta apocalíptico
Jesus, João Batista e Moisés: a partir dos estudos empreendidos por você no decurso da disciplina, elabore a sua compreensão sobre a relação entre essas três figuras nas narrativas dos evangelhos e sobre a importância da memória de Moisés na construção da afirmação de fé dos cristãos primitivos sobre a pessoa de Jesus…
História da Recepção – Textos Bíblicos na Cultura
Na primeira aula, apontou-se para formas como os texhttps://www.professorlages.com.br/wp-content/uploads/2019/05/Apocalíptica-2.docxtos bíblicos “pedem” por recepção, convidam o leitor a participar do processo de leitura. Escolha dois tópicos daqueles e ofereça mais um exemplo bíblico para cada. Justifique e disserte em torno das suas escolhas e exemplos…
No capítulo 13 do Apocalipse temos a visão do dragão e de duas bestas. Trata-se de uma paródia ou uma imitação grotesca do projeto de Deus, que é vida, confiado a Jesus, o Filho que cumpre a vontade do Pai e que dá vida à humanidade. Assim, como o Pai confiou ao Filho a realização deste projeto, o dragão confia à besta que surge do mar o seu projeto maléfico
Exegese dos capítulos 4 e 5 do Apocalipse de João
No Apocalipse, quase tudo tem valor simbólico: os números, as coisas, as partes do corpo e até os personagens que entram em cena. Ao descrever a visão, o vidente traduz em símbolos e metáforas as ideias que Deus lhe sugere, procedendo, então, por acumulação de coisas, cores, números simbólicos, sem se preocupar com a incoerência dos efeitos obtidos. Trata-se de um verdadeiro labirinto de linguagem…
O mito dos vigilantes: principais temas e sua influência no imaginário e na literatura bíblica
Podemos estabelecer uma linha de continuidade e evolução entre a ideia do mal, o conceito de demônio e o medo/ódio à mulher presentes no judaísmo tardio e no Novo Testamento. A princípio, o mal e o bem provinham de Iahweh, até por causa da crença monoteísta diante de outras divindades estrangeiras, muitas identificadas com o mal…
Leitura paralela entre os livros de Macabeus e Daniel
Os dois livros de Macabeus nos contam a história das lutas travadas contra os soberanos selêucidas para obter a liberdade religiosa e política do povo judeu. Referem-se à reação do povo judeu à política de helenização que se seguiu às conquistas de Alexandre Magno no Oriente, apoiada pela cumplicidade de parte de suas elites…
O Jesus apocalíptico: imagens do final dos tempos
…Quando falamos que as primeiras comunidades cristãs viram Jesus de Nazaré como um profeta, não podemos esquecer que este período é profundamente marcado também pela esperança apocalíptico-messiânica. O profetismo clássico dos judeus havia ficado para trás. Por isso aquelas comunidades viram em Jesus não apenas mais um profeta, mas o profeta ou um profeta como Moisés, tido como maior de todos entre os judeus…
Existe uma verdadeira interdiscursividade e intertextualidade entre esses textos apocalípticos apócrifos e os textos do NT e mesmo apenas entre os textos apócrifos. Toda relação interdiscursiva é também uma relação intertextual. Contudo, a intertextualidade é mais ampla: quando um discurso cita o outro, não há apenas uma referência ao texto ou partes do texto, mas também à situação de produção dele (quem fez, para que, em que momento histórico, com qual finalidade etc.)…
Apresente o modo como a literatura enóquica influenciou o futuro do desenvolvimento da teologia judaica e cristã. Aponte as ideias ou conceitos próprios da literatura enóquica que foram mais importantes nesse processo…
Síntese da disciplina: Apocalíptica
É indispensável para bem compreender o Apocalipse, reinseri-lo no ambiente histórico que lhe deu origem: um período de perturbações e de perseguições à Igreja nascente. Pois, do mesmo modo como os apocalipses que o precederam, especialmente o de Daniel, e nos quais claramente se inspira, o Apocalipse cristão é um escrito de circunstância, destinado a reerguer e a robustecer o ânimo dos cristãos ameaçados pela perseguição desencadeada contra a Igreja daquele que afirmara: “Não temais, eu venci o mundo” (Jo 16, 33)…
Análise dos Capítulos 2, 3, 6, 7 do livro de Daniel
O redator coloca os fatos que narra no período persa e no período helenístico em forma de um futuro em relação a um passado distante. Trata-se do que chamamos de profecia ex-eventum ou vaticinium ex evento, uma característica do gênero apocalíptico em geral. Trata-se de um termo técnico, teológico e historiográfico…
Pesquisando as interpretações sobre o livro de Daniel
Em Daniel, o desenvolvimento do tipo histórico de apocalipses está associado com a crise do período Macabeu e envolve uma reapropriação extensa da tradição profética, de onde ele herda a análise da história…
Mito, Metáfora e História na Literatura Apocalíptica
Os três textos descrevem o surgimento de um Messias no final dos tempos para dar início a um período provisório de felicidade para os seguidores de Deus antes de acontecer o Juízo Final. No entanto, a função e o papel deste Messias variam entre os textos…
Origem da misoginia e da ideia do demônio
Existe uma linha de continuidade entre a ideia do mal, o conceito de demônio e o medo/ódio à mulher presentes no judaísmo tardio e no Novo Testamento. Mas esta linha de continuidade chega até nossos dias influenciando vários movimentos religiosos fundamentalistas. A princípio, o mal e o bem provinham de Iahweh (Javé), até por causa da crença monoteísta diante de outras divindades estrangeiras, muitas identificadas com o mal. Vários textos do Antigo Testamento (Bíblia Hebraica) chegam a colocar satã como o lado mau de Iahweh ou um seu agente para praticar o mal, restrito às relações entre os próprios humanos…